Recentes altas do trigo ainda mostram potencial para elevações no preços. Apesar das altas recentes nos preços do trigo no mercado interno, vemos ainda o potencial para elevações sobretudo no preço de lotes em função do câmbio e da paridade de importação.
Como temos observado ultimamente, o câmbio apresentou rápida valorização nos preços internos ontem com fechamento a US$ 2,11. Isso faz com que os preços do trigo importado sejam menos apreciados do que os nacionais. Isso fica comprovado após as últimas consultas a fontes paraguaias que revelavam pedidas FOB interior do Paraguai a US$ 300/ton, algo nacionalizado no Norte do Paraná seria o equivalente a R$ 700,00/ton. A partir disso vemos que o trigo do Norte do Paraná tem pedidas nominais a partir dos R$ 720/ton, mas com negócios reportados há duas semanas a R$ 685 a 700/ton. Logo para produto com qualidade idêntica não há mas uma grande diferenciação para originação do trigo no Paraná.
Para outros estados temos um cálculo via marítima de R$ 832/ton + 40 de frete rodoviário a municípios da região metropolitana de São Paulo teríamos preço CIF a R$ 872/ton. Já trigo paranaense teria frete de R$ 70-80/ton e imposto de 2%, com paridade paranaense em R$ 785/ton, bem abaixo dos preços de mercado de lotes acima citados na semana anterior.
Isso dá a noção do quanto os preços do trigo nacional ainda poderiam subir, sobretudo com a demanda recente do mercado gaúcho e catarinense pelo produto paranaense com qualidade panificável, algo que o torna escasso mesmo aos moinhos locais.
Para fechar esta equação de futuras teríamos de contar com os consumidores para obtenção de repasses nas farinhas e produtos acabados. Algo que até o presente momento não tem sido fácil de ocorrer, até mesmo pela magnitude das variações necessárias.